Após uma reunião entre deputados e mulheres dos bombeiros presos no
Rio de Janeiro por envolvimento na greve decretada pela categoria na
semana passada, o governo do estado se comprometeu a ouvir os familiares
e resolver a situação dos militares presos.
Foto de Beto Oliveira
Cristiane Daciolo: os militares presos estão sendo tratados como ratos. |
O deputado Dr. Carlos Alberto (PMN-RJ), que foi subsecretário de
Governo do Rio até 2010, conversou com o atual secretário de Governo,
Wilson Carlos Carvalho, que se comprometeu com a resolução do caso. “O
governador Sergio Cabral está sensível à questão, e tenho certeza de que
saberá ouvir as famílias”, disse o secretário.
Depois de uma semana no presídio de segurança máxima Bangu 1, hoje
foi o primeiro dia em que os militares puderam ver seus familiares. Sete
mulheres de bombeiros e PMs vieram ao Congresso lutar pelos direitos
dos militares, abrindo mão do encontro com seus maridos.
“Em momento algum houve depredação, o movimento é pacífico e ordeiro,
mas eles tiveram suas cabeças raspadas, não puderam receber visitas e
estão sendo tratados como ratos”, disse Cristiane Daciolo, esposa do
cabo Benevenuto Daciolo, um dos líderes do movimento. O militar foi
preso mesmo antes de a greve ser deflagrada, por supostamente incitar
colegas de outros estados.
Prisões ilegais
A prisão dos militares foi considerada ilegal por diversos parlamentares. O deputado Delegado Protógenes (PCdoB-SP) prometeu apresentar ainda hoje ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de habeas corpus para libertar os militares detidos no presídio de Bangu 1.
A prisão dos militares foi considerada ilegal por diversos parlamentares. O deputado Delegado Protógenes (PCdoB-SP) prometeu apresentar ainda hoje ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de habeas corpus para libertar os militares detidos no presídio de Bangu 1.
Foto de Beto Oliveira
Prado: os militares deveriam estar em uma instalação militar, e não em um presídio de segurança máxima. |
Segundo Protógenes, ele está em contato com o defensor público
responsável pelo caso e, se o Judiciário fluminense não concordar com a
liberação, a questão deverá ser levada ao STF. Ainda de acordo com
Protógenes, até este momento não foi apresentada nenhuma justificativa
jurídica para as prisões.
O presidente da Comissão de Segurança Pública, deputado Mendonça
Prado (DEM-SE), disse esperar que o governo do Rio de Janeiro possa
ouvir os apelos dos deputados. Se isso não ocorrer, segundo ele, uma
comissão da Câmara terá que ser enviada ao estado para avaliar as
condições em que os manifestantes são mantidos.
“Eles deveriam estar em uma prisão provisória. Se foi uma decisão
administrativa, eles deveriam estar em uma instalação militar, que é o
local adequado para isso, e não em um presídio de segurança máxima”,
afirmou Prado.
O deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) ressaltou que os militares
que reivindicam melhores salários não podem ser colocados como
responsáveis pela situação. “É a não votação da PEC 300 que tem começado
esses movimentos”, disse, referindo-se à proposta que prevê um piso
salarial nacional para as categorias.
Pelo menos nove bombeiros e 17 policiais militares estão detidos em
Bangu. Eles reivindicam a implementação de um "piso salarial digno" para
as duas categorias.
Escuta
Arnaldo Faria de Sá criticou a escuta que foi feita da sua conversa
telefônica com Benevenuto Daciolo sobre as possibilidades de votação,
antes do Carnaval, da PEC 300. Segundo lembrou o parlamentar, só o
Supremo Tribunal Federal (STF) pode autorizar a escuta telefônica de um
deputado federal, o que não teria acontecido. O presidente da Comissão
de Segurança Pública vai solicitar providências sobre o caso à Mesa Diretora da Câmara e ao STF. O presidente da Câmara, Marco Maia, pediu que a Procuradoria da Câmara analise o caso.
(*) Matéria atualizada às 20h29.Reportagem – Marcello Larcher e José carlos Oliveira
Edição – Marcelo Westphalem
Fonte: Agência Câmara de Notícias
(Acesse esta reportagem clicando aqui)
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