Guerra
visada só perde quem quer. Não seria tão irônico se tal afirmativa “vestisse” a
realidade da atual conjuntura da segurança pública como uma luva. Luva esta de
número muito justo e desconfortável. Para uns poucos alguns, pelo menos. Já para a maioria...
Não
é de hoje, mas desde os tempos de outrora que vemos a PMERJ, a PCERJ e Guarda
Municipal dançarem a dança dos famosos.
A PMERJ, aliás, é a bailarina cega da ditadura que teima em bailar sua própria valsa fúnebre: uma instituição bicentenária que agoniza, por anos.
Acredita-se que nem agoniza mais. Se parece mais com um zumbi, alimentando-se
do sangue dos inocentes. Inocentes das ruas, das “comunidades carentes” e
principalmente, de seu próprio sangue.
A
violência desenfreada e sem controle, agravada pela crise financeira, aliada a
péssima gestão atual e principalmente anterior, somado à roubalheira do maior
ladrão do Estado, do Ex-(Des)Governador do Estado do Rio de Janeiro, não é o
principal motivo da decretação da intervenção na segurança pública fluminense.
O viés é político. Não há dúvida.
Entretanto,
acreditemos que seja um relampejo de racionalidade. Que não seja, de fato, mais
um teatro. Alias, de teatro a PMERJ entende perfeitamente. És Doutorada com
especialização em valsa lúdica e teatro shakespeariano.
Neste
cenário, aproveito para iluminar a mente das “autoridades”, com minha singela
experiência, forjada no fogo dos infernos. Sem exagero. Serviços de mais de 30
horas sem alimentação adequada, sem condições de higiene, com escalas abusivas,
ultrapassando mais de 200 horas mensais trabalhadas, em condição não análoga,
mas realmente escrava, sob assédio moral constante e com a arbitrariedade de
ditos “superiores” no melhor estilo, encoberto pela dualidade bestial da
“hierarquia e disciplina”, que só servem para praças – oficiais não sabem o que
isso significa – e muitas outras mazelas que engessam e desgastam milhares de
profissionais das polícias, ainda, e infelizmente militares.
Após
este breve parágrafo e com a mente das autoridades agora iluminada, digo que o
belo argumento, repetido anos a fio de que falta policiamento, de que não há
colete ou que está vencido, de que não há viatura ou não há combustível para as
mesmas, NÃO É A REALIDADE ENFRENTADA PELOS PROFISSIONAIS DE SEGURANÇA PÚBLICA!
NÃO É MESMO!
Mudem
o repertório. Virem o disco, “autoridades”. Revejam o modo de “fazer polícia” no
Brasil. Quando, em sã consciência, um profissional que vive sob o regime da
ditadura irá dar o coro à combate por esta sujeira que aí está. NÃO MESMO! Não
existe polícia boa e barata.
Durante
o Carnaval o chefe do Estado Maior, querendo aparecer (melhor pendurar uma
melancia no pescoço) “botou” na rua todo o efetivo administrativo nas ruas....
hahahahahahaha... Como se isso fosse resolver todos os problemas de segurança
do Estado. Pensem comigo: quando estes policiais irão pôr a carcaça a prova,
sem treinamento, sem condições dignas de serviço, sem alimentação adequada, e
etc, etc, etc? Parece até piada... Se o policial ostensivo está literalmente
cagando para tudo e todos, imagine o policial burocrata? Hahahahaahahaha...
Morro de rir com esta “política de segurança pública” de bosta.
No
entanto é sabido que este “policiamento” é para inglês ver. Viaturas baseadas e
ancoradas, sem rádio, deslocamento proibido e muito mais...
Mas,
voltemos a “relampejo de racionalidade”. Querem segurança? Comecem prendendo os
coronéis. Comecem prendendo, de cima para baixo. Extingam o posto de Major,
Tenente-Coronel e Coronel. Só servem para onerar a folha de pagamento. São lixo
e não servem para nada. O posto máximo passa a ser o de Capitão.
Depois
enxuguem as graduações. Criem um quadro de policiais administrativos. Exijam
nível superior em Administração ou Logística. Antes que eu me esqueça:
bacharelado em Direito para Oficial é conversa para boi dormir...
Implantem
a carreira única e uma única polícia de ciclo completo. Chega de duas máquinas
caras e ineficientes, quem não se entendem. Quando leio nos periódicos que “é
uma operação conjunta e integrada entre as polícias civil e militar”, eu dou
uma gargalhada sonora! Que piada!
A
Guarda Municipal será incorporada ao efetivo de carreira única e de ciclo
completo e a circunscrição passa a ser municipal.
Isso
só para começar...
Mas...
e se for só mais um teatro? Neste caso, teremos uma professora e tanto, com
coronéis querendo aparecer para um governo corrupto e, quando tudo falhar, depois
da intervenção, teremos a decretação do estado de defesa, depois sítio, voltando
de uma vez por todas no tempo, passando por 1964, até chegar em 1809...
PS:
quero ver quando os malotes de cem, duzentos, quinhentos mil reais começarem a
brotar nos gabinetes dos generais... Espero que não deem continuidade ao teatro...