É um fato: ano novo e promessa de
vida nova. Para quem está completando 34 anos de vida hoje e já rompeu várias
viradas de ano novo, sabe muito bem do que estou falando. Se eu já estou um pouco de saco cheio,
imagina o meu pai, que tem 77. Contudo isso não basta e sempre prometeremos vida nova no ano novo. No
entanto, talvez aqueles que mais nos aborrecem são as caras que aparecem
somente no Natal, Ano Novo e aniversário. Mal sabem estes que muitos de nós
comemoramos Natal, Ano Novo e aniversário todos os dias. E que vivemos todos
esses dias até que estes cheguem e alcancem a data no calendário. Mas
cadê aqueles quando realmente precisamos?
Culpa de uma cultura narcisista?
Culpa de um individualismo selvagem? Ou radicalismo do ego? Não vou prometer
nada. Entretanto, me comprometo a derrotar os leões que surgirem pela manhã. Os
meus tem acordado famintos, sedentos do meu sangue. Do nosso sangue. Radicalismo
do meu ego.
Neste cenário entra o sangue do
sobrevivente. Sobrevivente este que sangra, além de seu próprio, o sangue
alheio. Sangra por dentro, incólume, com ferimentos profundos, mas invisíveis.
Invisíveis para outrem. No entanto, visíveis e sofríveis para nós.
Individualismo selvagem.
Lembro-me de uma passagem da bíblia
cristã: o vale das sombras. E ainda que estejamos perambulando por ele,
nos manteremos firme, pois não temeremos mal algum.
Somente os penitentes entendem o significado de seguir a lei, manter a
ordem e promover a justiça e em contrapartida sentir o braço pesado das
angústias de uma vida de honestidade e humildade. Aliás, é o que eu tentaria
traduzir em uma única linha a verdade universal: para que um possa rir, um outro
deve chorar. Foi assim na jornada do filho do Homem. O despertar de uma cultura
narcisista. O altruísmo passa com certeza a anos-luz deste plano.
Com os leões, que bem derrotaremos,
vai ser fácil. Sabemos que acordam pela manhã, famintos. Nos atracaremos com
ele no decorrer do dia. Porém vamos manter o devido cuidado para não ficarmos
no golpe finalizador durante muito tempo, estáticos. Pois é nesse meio tempo
que uma cobra aparece e com uma simples picada, poderá vir a nos abater.
Ao final da luta diária, caso
venha a sentir o fim da caminhada pelo vale e depare-se com uma ponte,
atravesse-a com calma. Os degraus são de madeira velha e podem facilmente
estourar. Costuma-se dizer que é no final deste trecho da jornada que o caminho pode ruir
sob nossos pés.
No
ano que entra manterei minhas forças para alcançar o que eu desejo. Nada vai
mudar. Entrarei de 7ª marcha, descendo a ladeira, num Bugatti Veyron SS. Continuarei a combater o bom combate, correndo acelerado
e mantendo acima de tudo, a fé.
O ano ainda não acabou. Nem o
mundo pelo visto. Que tolice. Seria muito fácil para os leões, não acha? Mas
cuidado com as cobras...
Até 2013!
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